sábado, 4 de setembro de 2010

Testamento


As palavras que ainda estão em mim, deixo as para você. Algumas delas, um tanto quanto cortantes, outras com sabor levemente adocicado... As azedas não! São minhas favoritas e gostaria de ser enterrada com elas. Esse testamento é um manifesto! Para que sua tristeza não se dilua em minhas alegrias. Pra você não me matar sem que eu tenha decidido que já é hora de morrer. Então eu guardo meus sentimentos, pois não compreendo os seus. E as roupas que não me servem mais deixo na igreja, ao pé de uma estatueta pagã. Acendo uma vela e ouço através de uma concha que o mar já levou minhas cinzas pra bem longe.