segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aspas

Eu tenho sentido necessidade de silêncio. Mas meu silêncio não é quieto como aparenta. Tenho um monte de pensamento pensando ao mesmo tempo e a impressão de ouvi-los gritar dentro da minha cabeça. Por isso essa vontade de escrever. Transformar pensamentos em palavras é a minha tentativa de contê-los em uma folha de papel ou tela de computador. Palavras escritas estão sempre mais estáticas. Os pensamentos não! Eles são soltos de mais, perigosos, imprevisíveis... E o meu tem sido até traiçoeiro.

Em alguns momentos da minha vida acreditei que seria incapaz de sentir raiva ou alimentar sentimentos pontiagudos. Olha que inocência a minha! Sentada no pedestal da minha autoconfiança me julguei capaz de superar qualquer dificuldade de ordem emocional em no máximo 3 dias. (Afinal tinha de manter o saldo positivo da semana com pelo menos 4 dias de alegrias). E sim, consegui muitas vezes, mas acabo de descobrir que esta não é uma verdade absoluta. Eu sempre tive muita sorte, mas não acreditava em sorte. Acreditava em merecimento. Mas nunca acreditei que merecesse tanto, então passei a acreditar em sorte. Aprendi a reconhecer minhas fraquezas e imperfeições. Descobri que não tenho Band-Aid para todas as feridas do mundo. E que preciso romper com meus sonhos de menina, tirar minha capa de mulher maravilha e parar de tentar salvar o mundo quando não tenho condições de resgatar a mim mesmo, minha alegria, e aquela essência que jurei, seria sempre boa, leve e cheirando a glicínias.

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